Os planetas do Sistema Solar
São oito os planetas
clássicos do Sistema Solar. Na ordem de afastamento do Sol, são eles: Mercúrio,
Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
A partir dos avanços
tecnológicos que possibilitaram a observação do céu com instrumentos
ópticos como lunetas, telescópios e outros, os astrônomos vêm obtendo
informações cada vez mais precisas sobre os planetas e seus satélites.
Vamos conhecer um pouco a respeito de cada um desses oito planetas do
Sistema Solar.
Mercúrio
É o planeta mais
próximo ao Sol e o menor do Sistema Solar. É rochoso, praticamente sem
atmosfera, e a sua temperatura varia muito, chegando a mais de 400ºC
positivos, no lado voltado para o Sol, e cerca de 180ºC negativos, no
lado oposto. Mercúrio não tem satélite. É o planeta que possui um
movimento de translação de maior velocidade (o ano mercuriano tem apenas
88 dias). O aspecto da superfície é parecido com o da nossa Lua, toda
coberta de crateras, originadas da colisão com corpos celestes.
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Vênus
Vênus é conhecido como Estrela-D'Alva ou Estrela da tarde por causa de
seu brilho e também porque é visível ao amanhecer e ao anoitecer,
conforme a época do ano (mas lembre-se que ela é um planeta e não uma
estrela).
É o segundo planeta mais próximo do
Sol e o planeta mais próximo da Terra. As perguntas intrigantes que este
planeta "gêmeo" da Terra nos coloca começam com o seu movimento de
rotação própria. Uma rotação completa sobre si mesmo demora 243.01 dias,
o que é um período invulgarmente longo. Além disso, enquanto que a
maior parte dos planetas rodam sobre si próprios no mesmo sentido, Vênus
é uma das exceções. Tal como Urano e Plutão, a sua rotação é
retrógrada, o que significa que em Vênus o Sol nasce a oeste e põe-se a
leste.
Vênus é um planeta muito
parecido com a Terra, em tamanho, densidade e força da gravidade à
superfície, tendo-se chegado a especular sobre se teria condições
favoráveis à vida. Além disso, suas estruturas são muito parecidas: um
núcleo de ferro, um manto rochoso e uma crosta. Hoje sabemos que, apesar
de ter tido origens muito semelhantes à Terra, a sua maior proximidade
ao Sol levou a que o planeta desenvolvesse um clima extremamente hostil à
vida. De fato, Vênus é o planeta mais quente do sistema solar,
sendo mesmo mais quente do que Mercúrio, que está mais próximo do Sol. A
sua temperatura média à superfície é de 460ºC devido ao forte efeito de
estufa que acontece em grande escala em todo o planeta e não apresenta
água.
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Terra
É o terceiro planeta mais próximo do
Sol. É rochoso e a sua atmosfera é composta de diferentes tipos de
gases, e a sua temperatura média é de aproximadamente 15ºC.
A Terra, até o que se sabe, é o único
planeta do Sistema Solar que apresenta condições que possibilitam a
existência de seres vivos como os conhecemos. Tem um satélite, a Lua.
Marte
Visto da Terra parece um planeta
vermelho, embora na verdade seja mais acastanhado. O seu eixo de rotação
tem uma inclinação muito semelhante à do nosso planeta, 25.19º, o que
significa que tem estações do ano. Ao contrário de Mercúrio, que está
demasiado perto do Sol para que seja facilmente observado, e de Vênus,
cuja densa atmosfera e cobertura de nuvens bloqueiam a observação da sua
superfície, Marte está relativamente próximo da Terra sem estar muito
próximo do Sol, e tem uma atmosfera muito rarefeita e na maior parte
formada por gás carbônico, o que nos permite observar a sua superfície
com relativa facilidade. Seu período de rotação é aproximadamente 24h,
muito parecido com o da Terra, porém sua translação dura cerca de 687
dias.
Satélites de Marte
Marte tem ainda duas luas chamadas
Deimos e Phobos, que no entanto têm formas irregulares. Têm um tamanho
da ordem dos 10 km e assemelham-se mais a asteróides do que a pequenos
planetas.
Água em Marte? E daí?
Por mais de um século, os astrônomos especularam se
Marte teria água. Em 2010, uma pequena nave robótica enviada pelos
Estados Unidos, a Opportunity, transmitiu a resposta em forma de fotos
da superfície marciana: bolhas e ranhuras microscópicas claramente
visíveis em algumas pedras demonstram que elas já estiveram submersas
em água. Se foi assim, é possível que tenha existido vida no planeta
vermelho. A suposição baseia-se num fato científico: água líquida é a
única substância vital para a existência dos seres vivos na forma como
os conhecemos. A denominação pode parecer redundante, mas é precisa.
Pelo que se sabe, em estado gasoso ou sólido a substância não serve
para a vida. O processo bioquímico que gerou a vida na Terra, há 3,5
bilhões de anos, só poderia ter ocorrido num meio fluido. No líquido,
as moléculas se dissolvem e as reações químicas acontecem. Como estão
sempre em fluxo, os líquidos transportam nutrientes e material genético
de um lugar para outro, seja dentro de uma célula, de um organismo, de
um ecossistema ou até de um planeta.
Hoje em dia, contudo, Marte não exibe condições que
permitam água no estado líquido à sua superfície. Por um lado, a pressão
da atmosfera atual do planeta à superfície é muito baixa: 0.0063 vezes a
pressão da atmosfera à superfície da Terra, e quanto menor é a
pressão, mais baixa é a temperatura necessária para a água passar do
estado líquido para o gasoso. Por outro lado, a sua atmosfera muito
rarefeita não fornece um mecanismo eficaz de efeito estufa e a
temperatura média em Marte é de -53ºC, oscilando entre máximos de 20ºC e
mínimos de -140ºC. Feitas as contas, as combinações possíveis de
temperatura e pressão à superfície de Marte não permitem água no estado
líquido, apenas no estado sólido ou no gasoso.
Júpiter
A massa de Júpiter é duas vezes e
meia a massa combinada de todos os outros corpos do sistema solar à
exceção do Sol.
Júpiter é o maior planeta do sistema solar, e o
primeiro dos gigantes gasosos. Tem um diâmetro 11 vezes maior que o
diâmetro da Terra e uma massa 318 vezes superior. Demora quase 12 anos a
completar uma órbita mas tem um período de rotação invulgarmente
rápido: 9h 50m 28s sendo o planeta com a
rotação mais rápida do sistema solar. Embora tenha um núcleo de ferro,
quase todo o planeta é uma imensa bola de hidrogênio e um pouco de
hélio. A temperatura da superfície é de cerca de -150ºC.
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As sondas Voyager 1 e 2 mostraram que Júpiter também
possui anéis, tal como os outros gigantes gasosos. No entanto, se para
observarmos os anéis de Saturno basta um telescópio amador uma vez que
estes são constituídos principalmente por pequenos detritos de gelo que
refletem muito a luz, os anéis de Júpiter parecem-nos quase invisíveis,
uma vez que são compostos por partículas rochosas de pequenas dimensões
que refletem muito pouco a luz. Julga-se que estes detritos são o
resultado de colisões de meteoritos com os 4 satélites mais próximos do
planeta.
Os satélites
Júpiter tem pelo menos 63
satélites identificados. Os 4 maiores, e mais
importantes, são conhecidos como as luas galileanas,
assim chamadas por terem sido descobertas por Galileu Galilei
(1564-1642) quando observou Júpiter com um telescópio que ele próprio
construiu. São elas: Io, Europa, Ganymede e Callisto. Historicamente, a
descoberta destas luas constituiu uma das primeiras provas irrefutáveis
que a Terra não estava no centro do Universo.
Saturno
Foto de Saturno feita pela sonda espacial Cassini, quando estava a cerca de 57 milhões de quilômetros de Saturno (foto NASA). |
É o segundo maior planeta do
nosso sistema solar. É famoso por seus anéis, que podem ser vistos com o
auxílio de pequenos telescópios. Os anéis são feitos com pedaços de
gelo e rochas. A temperatura média da superfície do planeta é de -140ºC.
Saturno é formado basicamente por hidrogênio e pequena quantidade de
hélio.
O movimento de rotação em volta do seu eixo
demora cerca de 10,5 horas, e cada revolução ao redor do Sol leva 30
anos terrestres.
Tem um número elevado de satélites, 60
descobertos até então, dos quais 35 possuem nomes, e está cercado por um
complexo de anéis concêntricos, composto por dezenas de anéis
individuais separados por intervalos, estando o mais exterior destes
situado a 138 000 km do centro do planeta geralmente compostos por
restos de meteoros e cristais de gelo. Alguns deles têm o tamanho de uma
casa.
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Urano
Urano é o sétimo planeta do sistema solar, situado
entre Saturno e Netuno. A característica mais notável de Urano é a
estranha inclinação do seu eixo de rotação, quase noventa graus em
relação com o plano de sua órbita; essa inclinação não é somente do
planeta, mas também de seus anéis, satélites e campo magnético. Urano
tem a superfície a mais uniforme de todos os planetas por sua
característica cor azul-esverdeada, produzida pela combinação de gases
em sua atmosfera, e tem anéis que não podem ser vistos a olho nu; além
disso, tem um anel azul, que é uma peculiaridade planetária. Urano é um
de poucos planetas que têm um movimento de rotação retrógrado, similar
ao de Vênus
Tem 27 satélites ao seu redor e um fino anel de poeira.
Netuno
Orbitando tão longe do Sol, Netuno
recebe muito pouco calor. A sua temperatura superficial média é de -218
°C. No entanto, o planeta parece ter uma fonte interna de calor.
Pensa-se que isto se deve ao calor restante, gerado pela matéria em
queda durante o nascimento do planeta, que agora irradia pelo espaço
fora.
A atmosfera de
Netuno tem as mais altas velocidades de ventos no sistema solar, que são
acima de 2000 km/h; acredita-se que os ventos são amplificados por este
fluxo interno de calor. A estrutura interna lembra a de Urano - um
núcleo rochoso coberto por uma crosta de gelo, escondida no profundo de
sua grossa atmosfera. Os dois terços internos de Netuno são compostos de
uma mistura de rocha fundida, água, amônia líquida e metano. A terça
parte exterior é uma mistura de gases aquecidos composta por hidrogênio,
hélio, água e metano.
Embora não sejam visíveis nas fotografias do
telescópio espacial Hubble,
Netuno faz parte dos planetas gigantes que possuem um complexo sistema
de anéis. Possui cinco anéis principais e sua descoberta se deve a uma
observação efetuada ainda em 1984 a bordo de um avião U2 que acompanhou o
deslocamento do planeta por algumas horas durante a ocultação de uma
estrela. Neptuno tem 13 luas conhecidas. A maior delas é Tritão,
descoberta por William Lassell apenas 17 dias depois da descoberta de
Netuno.
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Netuno, o gigante azul
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E Plutão?
Plutão que recebera o nome do deus dos
infernos, da mitologia greco-latina, foi classificado como o nono
planeta do Sistema Solar. Descoberto em 1930, pelo astrônomo
norte-americano Clyde Tombaugh, esse astro foi sempre motivo de
acirrados debates. Afinal, as características do planetóide, entre
outras a excentricidade de sua órbita inclinada, em que certos períodos
cruza a órbita de Netuno, já indicavam que dificilmente ela poderia
permanecer na elite dos planetas do nosso Sistema. Realmente, 76 anos
depois, a UAI resolveu reclassificar o astro do grupo de planetas-anões.
Caronte continua a ser considerado satélite
de Plutão. Entretanto, para alguns astrônomos eles são astros gêmeos, e
esse é um debate que pode ser, a qualquer momento retomado pela União
Astronômica Internacional. Será Coronte promovido a
planeta-anão?
Plutão e seu satélite Caronte
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