A água no planeta
Cerca de 71% da superfície da Terra é
coberta por água em estado líquido. Do total desse volume, 97,4%
aproximadamente, está nos oceanos, em estado líquido.
A água dos oceanos é salgada: contém muito cloreto de sódio, além de outros sais minerais.
Mas a água em estado líquido também
aparece nos rios, nos lagos e nas represas, infiltrada nos espaços do
solo e das rochas, nas nuvens e nos seres vivos. Nesses casos ela
apresenta uma concentração de sais geralmente inferior a água do mar. É
chamada de água doce e corresponde a apenas cerca de 2,6% do total de
água do planeta.
Cerca de 1,8% da água doce do planeta é
encontrado em estado sólido, formando grandes massas de gelo nas
regiões próximas dos pólos e no topo de montanhas muito elevadas. As
águas subterrâneas correspondem á 0,96% da água doce, o restante está
disponível em rios e lagos.
Oceanos e mares - 97% Geleiras inacessíveis - 2% Rios, lagos e fontes subterrâneas - 1% |
A presença de água nos seres vivos
Um dos fatores que possibilitaram o
surgimento e a manutenção da vida na Terra é a existência da água. Ela é
um dos principais componentes da biosfera e cobre a maior parte da
superfície do planeta.
Na Biosfera, existem diversos
ecossistemas, ou seja, diversos ambientes na Terra que são habitados por
seres vivos das mais variadas formas e tamanhos. Às vezes, nos
esquecemos que todos esses seres vivos têm em comum a água presente na
sua composição. Veja alguns exemplos.
Água-viva Melância
A água-viva chega a ter 95% de água na
composição do seu corpo. A melancia e o pepino chegam a ter 96% de água
na sua composição.
Portanto a água não está presente apenas nas plantas; ela também faz parte do corpo de muitos animais.
É fácil comprovar que o nosso corpo,
por exemplo, contém água. Bebemos água várias vezes ao dia, ingerimos
muitos alimentos que contém água e expelimos do nosso corpo vários tipos
de líquidos que possuem água, por exemplo, suor, urina, lágrimas, etc.
O que é a água?
A água é uma das substâncias mais
comuns em nosso planeta. Toda a matéria (ou a substância) na natureza é
feita por partículas muito pequenas, invisíveis a olho nu, os átomos.
Cada tipo de átomo pertence a um
determinado elemento químico. Os átomos de oxigênio, hidrogênio, carbono
e cloro são alguns exemplos de elementos químicos que formam as mais
diversas substâncias, como a água, o gás carbônico, etc.
Os grupos de átomos unidos entre si
formam moléculas. Cada molécula de água, por exemplo, é formada por dois
átomos de hidrogênio e um de oxigênio. A molécula de água é
representada pela fórmula química H2O. Em cada 1 g de água há cerca de 30 000 000 000 000 000 000 000 (leia: "trinta sextilhões") de moléculas de água.
Representação da molécula de água com os dois átomos de hidrogânio e um de oxigênio. As cores são meramente ilustrativas e o tamanho não segue as proporções reais.
Estados físicos da matéria
Quando nos referimos à água, a ideia
que nos vem de imediato à mente é a de um líquido fresco e incolor.
Quando nos referimos ao ferro, imaginamos um sólido duro. Já o ar nos
remete à ideia de matéria no estado gasoso.
Toda matéria que existe na natureza se
apresenta em uma dessas formas - sólida, líquida ou gasosa. É o que
chamamos de estados físicos da matéria.
No estado sólido,
as moléculas de água estão bem "presas" umas às outras e se movem muito
pouco: elas ficam "balançando", vibrando, mas sem se afastarem muito
umas das outras. Não é fácil variar a forma e o volume de um objeto
sólido, como a madeira de uma porta ou o plástico de que é feito uma
caneta, por exemplo.
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O estado líquido
é intermediário entre o sólido e o gasoso. Nele, as moléculas estão
mais soltas e se movimentam mais que no estado sólido. Os corpos no
estado líquido não mantém uma forma definida, mas adotam a forma do
recipiente que os contém, pois as moléculas deslizam umas sobre as
outras. Na superfície plana e horizontal, a matéria, quando em estado
líquido, também se mantém na forma plana e horizontal.
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No estado gasoso
a matéria está muito expandida e, muitas vezes, não podemos percebê-la
visualmente. Os corpos no estado gasoso não possuem volume nem forma
próprios e também adotam a forma do recipiente que os contém. No estado
gasoso, as moléculas se movem mais livremente que no estado líquido,
estão muito mais distantes umas das outras que no estado sólido ou
líquido, e se movimentam em todas as direções. Frequentemente há
colisões entre elas, que se chocam também com a parede do recipiente em
que estão. É como se fossem abelhas presas em uma caixa, e voando em
todas as direções.
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Em resumo: no estado
sólido as moléculas de água vibram em posições fixas. No estado
líquido, as moléculas vibram mais do que no estado sólido, mas
dependente da temperatura do líquido (quanto mais quente, maior a
vibração, até se desprenderem, passando para o estado gasoso, em um
fenômeno conhecido como ebulição). Consequentemente, no estado gasoso
(vapor) as moléculas vibram fortemente e de forma desordenada.
Propriedades da água
A água é um solvente
No ambiente é muito difícil encontrar
água pura, em razão da facilidade com que as outras substâncias se
misturam a ela. Mesmo a água da chuva, por exemplo, ao cair, traz
impurezas do ar nela dissolvidas.
Uma das importantes propriedades da água é a capacidade de dissolver outras substâncias. A água é considerada solvente universal, porque é muito abundante na Terra e é capaz de dissolver grande parte das substancias conhecidas.
Se percebermos na água cor, cheiro ou
sabor, isso se deve a substâncias (líquidos, sólidos ou gases) nela
presentes, dissolvidas ou não.
As substâncias que se dissolvem em
outras (por exemplo: o sal) recebem a denominação de soluto. A
substância que é capaz de dissolver outras, como a água, é chamada de solvente. A associação do soluto com o solvente é uma solução.
A propriedade que a água tem de atuar
como solvente é fundamental para a vida. No sangue, por exemplo, várias
substâncias - como sais minerais, vitaminas, açucares, entre outras -
são transportadas dissolvidas na água.
Porcentagem de água em alguns órgãos do corpo humano.
Nas plantas, os sais minerais
dissolvidos na água são levados das raízes às folhas, assim como o
alimento da planta (açúcar) também é transportado dissolvido em água
para todas as partes desse organismo.
No interior dos organismos vivos, ocorrem inúmeras reações químicas
indispensáveis a vida, como as que acontecem na digestão. A maioria
dessas reações químicas no organismo só acontece se as substâncias
químicas estiverem dissolvidas em água.
A água como regulador térmico
A água tem a capacidade de absorver e
conservar calor. Durante o dia, a água absorve parte do calor do Sol e o
conserva até a noite. Quando o Sol está iluminando o outro lado do
planeta, essa água já começa a devolver o calor absorvido ao ambiente.
Ela funciona, assim, como reguladora
térmica. Por isso, em cidades próximas ao litoral, é pequena a diferença
entre a temperatura durante o dia e à noite. Já em cidades distantes do
litoral, essa diferença de temperatura é bem maior.
É essa propriedade da água que torna a
sudorese (eliminação do suor) um mecanismo importante na manutenção da
temperatura corporal de alguns animais.
Quando o dia está muito quente, suamos
mais. Pela evaporação do suor eliminado, liberamos o calor excedente no
corpo. Isso também ocorre quando corremos, dançamos ou praticamos outros
exercícios físicos.
Propriedades da água
Flutuar ou afundar?
Você já se perguntou por que alguns
objetos afundam na água? Porque um prego afunda e um navio flutua na
água? O que faz com que a água sustente alguns objetos, de forma que
eles consigam flutuar nela?
Entender porque alguns objetos afundam
na água enquanto outros flutuam é muito importante na construção de
navios, submarinos etc. Se na água um prego afunda e um navio flutua,
está claro que isso não tem nada a ver com o fato de o objeto ser leve
ou pesado, já que um prego tem algumas gramas e um navio pesa toneladas.
Na água podemos erguer uma pessoa
fazendo pouco esforço, enquanto fora da água não conseguiríamos nem
movê-la do chão. Isso acontece porque a água empurra o corpo de uma
pessoa para cima. A força que a água exerce nos corpos mergulhados de
baixo para cima (como um "empurrão"), é denominada empuxo.
A quantidade de água deslocada pelos
corpos é um importante fator para a flutuação ou afundamento dos
objetos. O prego, por ter pouco volume, desloca um mínimo de água quando
mergulhado. Já o navio por ser muito volumoso, desloca uma grande
quantidade de água. Então seu "peso" fica equilibrado pela força com que
a água o "empurra", ou seja, pelo empuxo.
Quando o empuxo (E) é igual ao peso (P) o objeto flutua, porém quando o peso é maior que o empuxo o objeto afunda. O submarino quando quer afundar aumenta seu peso enchendo seus tanques de água do mar.
A água exerce pressão
Você já tentou segurar com o dedo o
jato de água que sai de uma mangueira? O que aconteceu? A água impedida
pelo dedo de fluir, exerce pressão e sai com mais força.
Todos os líquidos
em geral exercem pressões.
Uma maneira de demonstrar a pressão exercida por uma coluna de
"líquido" é efetuar orifícios numa garrafa plástica de 2 litros (destas
de refrigerante) e enchê-la de água.
- A experiência ilustrada abaixo indica que a pressão exercida por um líquido aumenta com a profundidade, pois a vazão do primeiro furo é menor que a vazão dos outros dois. Pode-se verificar que quanto maior a profundidade ou altura de líquido, o filete de água atinge uma maior distância. Diz-se que a pressão é maior e depende da profundidade do orifício considerado.
Pressão e mergulho
Quando uma pessoa mergulha, pode sentir
dor na parte interna da orelha. Você sabe por que isso acontece?
Novamente, a explicação está relacionada à pressão que a água exerce.
Quando mergulhamos, à medida que nos
deslocamos para o fundo, aumenta a altura da coluna líquida acima de
nós. Quanto maior a altura dessa coluna, maior será a pressão exercida
pelo líquido sobre nós. Por essa razão, nas profundezas dos oceanos a
pressão da água é grande e o homem não consegue chegar até lá sem
equipamentos de proteção contra a pressão.
Usinas Hidrelétricas
Os engenheiros levam em consideração esse comportamento da água quando planejam as usinas hidrelétricas.
Essas usinas aproveitam o potencial
hidráulico existente num rio, utilizando desníveis naturais como quedas
de água, ou artificiais, produzidos pelo desvio do curso original do
rio.
Nelas, a força das águas represadas dos
rios é utilizada para a produção de energia elétrica. Essas usinas são
responsáveis por mais de 70% de toda a energia elétrica gerada no país e
cerca de 20% da eletricidade mundial. Alem disso não é poluente, é
renovável, e permite controlar a vazão dos rios através das barragens,
minimizando os efeitos das enchentes.
Você sabe como funciona uma hidrelétrica?
Inicialmente represa-se uma grande
quantidade de água em um imenso tanque, cuja base é bem mais larga que a
parte de cima. As usinas são construídas abaixo do nível das represas,
já que, quanto maior for a profundidade, maior será a pressão exercida
pela água. Quando as comportas são abertas, a água sai sob grande
pressão. Sob as comportas são colocadas as turbinas, grandes máquinas
cuja parte principal é uma roda imensa. A queda da água faz com que as
rodas girem, esse movimento gera energia elétrica que é distribuída para
as cidades.
Quais são as desvantagens da construção de uma usina hidrelétrica?
As desvantagens da construção de uma usina hidrelétrica são:
- Desapropriação de terras produtivas pela inundação; - impactos ambientais (fauna e flora) - perda de vegetação e da fauna terrestres; - impactos sociais (realocação e desapropriação de moradores); - interferência na migração dos peixes; - alterações na fauna do rio; e - perdas de heranças históricas e culturais, alterações em atividades econômicas e usos tradicionais da terra. |
Quais são os impactos ambientais na construção de uma usina?
Para construir represas e usinas é
preciso alagar uma área enorme para formar o lago, e muitas vezes mexer
no caminho que o rio faz. O lago, também chamado de reservatório, é
formado pelo represamento das águas do rio, através da construção de uma
barragem. Essa alteração do meio ambiente atrapalha a vida dos bichos e
das plantas da região, além de mudar radicalmente a paisagem, muitas
vezes destruindo belezas naturais. Também saem prejudicadas as pessoas
que moram por perto e têm que se mudar por causa da inundação.
Usina Hidroelétrica de Itaipu
Propriedades da água
Tensão superficial
Uma outra característica da água no estado líquido é a tensão que ela representa em sua superfície. Isso acontece porque as moléculas da água se atraem, mantendo-se coesas (juntas), como se formassem uma finíssima membrana da superfície. Olhe a figura abaixo.
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O princípio de Pascal
Pascal foi um cientista frânces que
viveu de 1623 a 1662. Entre muitas colaborações para a ciência, formulou
o seguinte princípio: "A pressão exercida sobre um líquido é
transmitida integralmente para todos os pontos do líquido". Observe a
figura a baixo:
Quando empurramos fortemente uma rolha
para dentro de uma garrafa que contém líquido, essa pressão é
transmitida integralmente ao líquido existente no recipiente. A pressão
da água dentro da garrafa aumenta e empurra a outra rolha para fora.
O ciclo da água
A água no estado líquido ocupa os
oceanos, lagos, rios, açudes etc. De modo contínuo e lentamente, à
temperatura ambiente, acontece a evaporação, isto é, a água passa do
estado líquido para o gasoso.
Quanto maior for a superfície de
exposição da água (por exemplo, um oceano ou nas folhas de árvores de
uma floresta), maior será o nível de evaporação. Quando o vapor de água
entra em contato com as camadas mais frias da atmosfera, a água volta ao
estado líquido, isto é, gotículas de água ou até minúsculos cristais de
gelo se concentram formando nuvens.
O vapor de água, quando resfriado, pode também formar a neblina (nevoeiro), ou seja, aquela "nuvem" que se forma perto do solo.
Ao se formar nas nuvens um acúmulo de
água muito grande, as gotas tornam-se cada vez maiores, e a água se
precipita, isto é, começa a chover. Em regiões muito frias da atmosfera,
a água passa do estado gasoso para o estado líquido e, rapidamente,
para o sólido, formando a neve ou os granizos (pedacinhos de gelo).
A água da chuva e da neve derretida se infiltra no solo, formando ou renovando os lençóis freáticos.
As águas subterrâneas emergem para a superfície da terra, formando as
nascentes dos rios. Assim o nível de água dos lagos, açudes, rios etc. é
mantido.
A água do solo é absorvida pelas raízes
das plantas. Por meio da transpiração, as plantas eliminam água no
estado de vapor para o ambiente, principalmente pelas folhas. E na
cadeia alimentar, as plantas, pelos frutos, raízes, sementes e folhas,
transferem água para os seus consumidores.
Além do que é ingerido pela
alimentação, os animais obtêm água bebendo-a diretamente. Devolvem a
água para o ambiente pela transpiração, pela respiração e pela
eliminação de urina e fezes. Essa água evapora e retorna à atmosfera. No
nosso planeta, o ciclo de água é permanente.
Ciclo da água
A qualidade da água
A vida humana, assim como a de todos os seres vivos depende da água.
Mas a nossa dependência da água vai
além das necessidades biológicas: precisamos dela para limpar as nossas
casas, lavar as nossas roupas e o nosso corpo. E mais: para limpar
máquinas e equipamentos, irrigar plantações, dissolver produtos
químicos, criar novas substâncias, gerar energia.
É aí que está o perigo: a atividade
humana muitas vezes comprometa a qualidade da água. Casas e indústrias
podem despejar em rios e mares substâncias que prejudicam a nossa saúde.
Por isso, escolher bem a água que bebemos e proteger rios, lagos e
mares são cuidados essenciais à vida no planeta.
Água potável
A água potável é aquela popularmente chamada água pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora
(sem cheiro). Ela deve estar livre de materiais tóxicos e
microorganismos, como bactérias, protozoários etc., que são
prejudiciais, mas deve conter sais minerais em quantidade necessária à nossa saúde.
A água potável é encontrada em pequena
quantidade no nosso planeta e não está disponível infinitamente. Por ser
um recurso limitado, o seu consumo deve ser planejado.
Água destilada
A água potável deve ter certa quantidade de alguns sais minerais dissolvidos, que são importantes para a nossa saúde. A água sem qualquer outra substância dissolvida é chamada de água destilada. Veja como se consegue água destilada.
Para retirar sais minerais e outros produtos dissolvidos na água, utiliza-se um processo chamado destilação.
O produto dessa destilação, a água destilada, é usado em baterias de
carros e na fabricação de remédios e outros produtos. Não serve para
beber, já que não possui os sais minerais necessários ao nosso
organismo.
Veja como funciona o aparelho que produz água destilada, o destilador:
Observe que a água ferve (1) com ajuda do (2) Bico de Bunsen (chama que aquece a água), transformando-se em vapor (3), e depois se condensa (4),
voltando ao estado líquido. Os sais minerais não vaporizam, mas ficam
dentro do vidro onde a água foi fervida (chamado balão de destilação).
Água mineral
A água do mar é salgada porque tem muito cloreto de sódio,
que é o sal comum usado na cozinha. Justamente por ter tanto sal, não é
potável. Se bebermos água do mar, o excesso de sal nos fará eliminar
mais água na urina do que deveríamos, e começamos então a ficar
desidratados.
Já a água doce, dos
rios, lagos e fontes, tem menos sal que a água do mar e pode ser bebida
- desde que esteja sem micróbios e produtos tóxicos ou que tenha sido
tratada para eliminar essas impurezas.
A chamada água mineral
é água que brota de fontes do subsolo. Ela costuma ter alguns sais
minerais em quantidade um pouco maior que a água utilizada nas
residências e, às vezes outros sais.
A água mineral é, em geral
potável e pode ser bebida na fonte ou engarrafada - desde que a fonte
esteja preservada da poluição e da contaminação ambiental e que o
processo de engarrafamento seja feito com higiene.
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O mar pode "morrer"?
Na Ásia, há o famoso mar Morto, que é
um exemplo de que um mar pode "morrer". O mar "morre" e os lagos também
quando o nível de salinidade, isto é, a concentração de sais da sua
água, é tão alto que não permite que os peixes, a flora e outros seres
vivam nele. Esse fenômeno ocorre por vários fatores, entre eles: pouca
chuva aliada à evaporação intensa (clima quente e seco) e corte ou
diminuição do regime de escoamento de rios.
Açude no Acre secando.
Fontes de poluição da água
A água pode conter barro, areia e outras impurezas. Um grande perigo de contaminação da água está, por exemplo, na presença de produtos químicos tóxicos ou microorganismos que tornam a água poluída.
Há varias fontes de poluição, como veremos a seguir.
A conseqüência da falta de tratamento de esgoto
O grande número de dejetos dos
populosos núcleos residenciais, descarregado em córregos, rios e mares
provoca a poluição e a contaminação das águas. Febre tifóide, hepatite,
cólera e muitas verminoses são doenças transmitidas por essas águas.
Há rios como o Tietê e o Guaíba - em
cujas margens surgiram a cidade de São Paulo e Porto Alegre - que já
estão comprometidos. Além desses, há vários rios expostos à degradação
ambiental.
Tietê em obras em São Paulo para retirada de lixo depositado.
A mineração, a extração e o transporte de petróleo
Atividades econômicas importantes têm
causado inúmeros acidentes ecológicos graves. O petróleo extraído dos
mares e os metais ditos pesados usados na mineração (por exemplo, o
mercúrio, no Pantanal), lançados na água por acidente, ou negligência,
têm provocado a poluição das águas com prejuízos ambientais, muitas
vezes irreversíveis.
Derramamento de petróleo ocorrido na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Jun. 2000
A poluição causada pelas indústrias
Mesmo havendo leis que proíbam, muitas indústrias, continuam a lançar resíduos tóxicos em grande quantidade nos rios.
Na superfície da água, é comum
formar-se uma pequena espuma ácida, que, dependendo da fonte de
poluição, pode ser composta principalmente de chumbo e mercúrio.
Essa espuma pode causar a mortandade da flora e da fauna desses rios. E
esses agentes poluidores contaminam também o organismo de quem consome
peixes ou quaisquer outros produtos dessas águas.
Acidente no rio dos Sinos onde milhares de peixes morreram pela contaminação do rio com dejetos químicos lançados pelas empresas, Rio Grande do Sul, outubro, 2006.
As estações de tratamento da água
Muitas casas das grandes cidades
recebem água encanada, vinda de rios ou represas. Essa água é submetida a
tratamentos especiais para eliminar as impurezas e os micróbios que
prejudicam a saúde.
Primeiramente, a água do rio ou da
represa é levada através de canos grossos, chamados adutoras, para
estações de tratamento de água. Depois de purificada, a água é levada
para grandes reservatórios e daí é distribuída para as casas.
Na estação de tratamento, a água passa por tanques de cimento e recebe produtos como o sulfato de alumínio e o hidróxido de cálcio (cal hidratada).
Essas substâncias fazem as partículas finas de areia e de argila
presentes na água se juntarem, formando partículas maiores, os flocos.
Esse processo é chamado floculação. Como essas partículas são maiores e mais pesadas, elas vão se depositando aos poucos no fundo de outro tanque, o tanque de decantação. Desse modo, algumas impurezas sólidas da água ficam retidas.
Após algumas horas no tanque de
decantação, a água que fica por cima das impurezas, e que está mais
limpa, passa por um filtro formado por várias camadas de pequenas pedras
(cascalho) e areias. À medida que a água vai passando pelo filtro, as
partículas de areia ou de argila que não se depositaram vão ficando
presas nos espaços entre os grãos de areia. Parte dos micróbios também
fica presa nos filtros. É a etapa conhecida como filtração.
Mas nem todos os micróbios que podem
causar doenças se depositam no fundo do tanque ou são retidos pelo
filtro. Por isso, a água recebe produtos contendo o elemento cloro, que mata os micróbios (cloração), e o flúor, um mineral importante para a formação dos dentes.
A água é então levada através de encanamentos subterrâneos para as casas ou os edifícios.
Mesmo quem recebe água da estação de
tratamento deve filtrá-la para o consumo. Isso porque pode haver
contaminação nas caixas d'água dos edifícios ou das casas ou
infiltrações nos canos. As caixas-d'água devem ficar sempre bem tampadas
e ser limpas pelo menos a cada seis meses. Além disso, em certas
épocas, quando o risco de doenças transmitidas pela água aumenta, é
necessário tomar cuidados adicionais.
Quando não há estação de tratamento
Nos locais em que não há estações de
tratamento, a água é obtida diretamente de rios, lagos, nascentes,
represas ou poços. Mas, nesses casos, a água pode estar contaminada por
micróbios e poluentes e são necessários alguns cuidados.
O poço mais comum é o poço raso, que
obtém água a 20 metros de profundidade, no máximo. Ele deve ser
construído longe das fontes de poluição e contaminação, ficando, por
exemplo, a pelo menos 25 metros da fossa onde as fezes e os resíduos da
casa são despejados. Deve ter uma tampa impermeável (uma laje de
concreto armado) e uma abertura a pelo menos 20 centímetros acima do
solo, para protegê-lo contra a entrada de águas que escorrem pela
superfície do solo.
É preciso também que os primeiros três
metros do poço sejam impermeáveis à água da chuva que cai na superfície
do terreno. A água que se infiltra a mais de três metros e que entra no
poço já sofreu um processo natural de filtração ao atravessar o solo.
É importante garantir que a água do
poço ou de outras fontes não esteja contaminada por micróbios. O ideal é
que ela seja analisada periodicamente por um laboratório, para
verificar seu estado de pureza. Se isso não for possível, a água que se
bebe, bem como a que é usada para lavar pratos e talheres, deve ser
filtrada e tratada. A água deve ser fervida por pelos menos 15 minutos
ou tratada com cloro (siga bem a instruções do fabricante, pois cloro em
excesso pode causar envenenamento). Antes de tratar a água com cloro,
porém, devemos filtrá-la, já que os ovos de vermes, por exemplo, não são
destruídos pelo cloro, mas podem ser removidos pela filtração.
Existem também poços artesianos,
construídos com equipamento especial, que furam a terra e tiram a água
de lençóis subterrâneos mais profundos. Esses lençóis estão situados em
espaços existentes entre rochas pouco permeáveis, geralmente a mais de
100 metros de profundidade. A água dos poços artesianos costuma estar
limpa, mas deve-se também mandar analisá-la em laboratório.
O destino da água utilizada
Para onde vai a água depois de
utilizada em lavagens de roupas, banho, ou descarga de banheiros e
outras atividades de uso doméstico?
O destino da água que foi utilizada é um grande problema de saneamento básico e que não está bem solucionado em muitas regiões do Brasil.
Em pequenas comunidades, esse problema
relativo ao tratamento da água utilizada pode ser resolvido ou
minimizado com fossas sépticas e sumidouro.
Nas regiões mais populosas, entretanto,
exige-se uma solução mais complexa. Isso ocorre porque, mesmo para um
pequeno prédio com dez apartamentos, a fossa séptica e o sumidouro, em
geral, não são suficientes para absorver a água consumida por esses
moradores. Imagine, então, uma grande cidade repleta de arranha-céus.
Nesses casos, utilizam-se redes de esgoto.
O Tratamento de Esgoto
Ao chegar à estação de tratamento, o
esgoto passa por grades de metal que separam objetos (como plástico,
latas, tecidos, papéis, vidros etc.) da matéria orgânica, da areia e de
outros tipos de partículas.
O esgoto passa, lentamente, por grandes tanques, a fim de que a areia e as outras partículas se depositem.
O lodo com a matéria orgânica pode seguir para um equipamento chamado biodigestor, onde sofre ação decompositora das bactérias. Nesse processo, há desprendimento de gases, entre eles o metano, que pode ser utilizado como combustível.
A parte líquida, que ficou acima do
lodo, também é atacada por bactérias, pois ainda apresenta matéria
orgânica dissolvida, essa parte é agitada por grandes hélices, que
garantem a oxigenação da água. Também podem ser utilizados para essa
oxigenação bombas de ar ou mesmo certos tipos de algas, que produzirão o
oxigênio na fotossíntese.
Só depois desse tratamento, o esgoto pode ser lançado em rios, lagos ou mares.
A água já utilizada, após o tratamento
retorna ao meio ambiente com seu efeito poluente diminuído. Caso
contrário, pode causar grave contaminação da água e, assim, riscos à
população que dela se utiliza.
A falta de tratamento de esgoto pode
provocar a contaminação do solo e da água, contribuindo para a
proliferação de várias doenças. Muitas dessas doenças podem levar a
morte muitas crianças, principalmente no seu primeiro ano de vida.
Assim, garantir o tratamento de esgoto em todo o Brasil é uma meta a ser
alcançada na busca de saúde e qualidade de vida da população.
Doenças transmitidas pela água
A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a
transmissão de doenças que, calcula-se, provocam cerca de 30 mil mortes
diariamente no mundo. A maioria delas acontece entre crianças,
principalmente as de classes mais pobres, que morrem desidratadas,
vítimas de diarréia causadas por micróbios. No Brasil, infelizmente mais
de 3 milhões de famílias não recebem água tratada e um número de casas
duas vezes e meia maior que esse não tem esgoto. Isso é muito grave.
Estima-se que o acesso à água limpa e ao esgoto reduziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil.
Para evitar doenças transmitidas pela água devemos tomar os seguintes cuidados:
- Proteger açudes e poços utilizados para o abastecimento;
- tratar a água eliminando micróbios e impurezas nocivas a saúde humana;
- filtrar e ferver a água;
- não lavar alimentos que serão consumidos crus com água não tratada como verduras, frutas e hortaliças.
As principais doenças transmitidas pela água são:
Se a pessoa vai
muitas vezes ao banheiro e as fezes saem líquidas ou muito moles, ela
pode estar com diarréia. A diarréia pode ser provocada por micróbios
adquiridos pela comida ou água contaminadas.
As diarréias leves
quase sempre acabam sozinhas. No entanto, é preciso beber líquidos para
evitar a desidratação, que é muito perigosa.
Uma criança com
diarréia precisa continuar a ser amamentada ou continuar com a
alimentação. Às crianças que já comem alimentos sólidos devem ser
oferecidas misturas bem amassadas de cereais e feijão ou carne bem
cozidos, por exemplo. Depois de a diarréia passar, é bom dar a ela uma
alimentação extra, para ajudar na recuperação.
Crianças e idosos
correm maior risco de desidratação. Por isso, é importante tomar também
os sais de reidratação oral, fornecidos pelos postos de saúde. Eles
devem ser misturados em água, na quantidade indicada na embalagem.
Na falta desses sais, podemos preparar e oferecer o soro caseiro. Assim: num copo com água fervida ou filtrada, dissolvemos uma pitada de sal e duas colheres de chá de açúcar.
Originária da Ásia, mais precisamente
da Índia e de Bangladesh, a cólera se espalhou para outros continentes a
partir de 1817. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados
do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. Em 1893 a doença chegou a São
Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No
entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a doença
erradicava de todo o país. Cerca de um século depois, em abril de 1991,
a cólera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira
vítima na cidade de Tabatinga, Amazonas.
A
cólera é uma doença infecciosa que ataca o intestino dos seres humanos.
A bactéria que a provoca foi descoberta por Robert Koch em 1884 e,
posteriormente, recebeu o nome de Vibrio cholerae.
Ao infectar o intestino humano, essa bactéria faz com que o organismo
elimine uma grande quantidade de água e sais minerais, acarretando séria
desidratação. A bactéria da cólera pode ficar incubada de um a quatro
dias.
Quando a doença se manifesta, apresenta os seguintes sintomas: náuseas
e vômitos; cólicas abdominais; diarréia abundante, esbranquiçada como
água de arroz, podendo ocasionar a perda de até um litro de água por
hora e cãibras.
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A cólera é transmitida principalmente pela água e por
alimentos contaminados. Quanto o vibrião é ingerido, instala-se no
intestino do homem. Esta bactéria libera uma substância tóxica, que
altera o funcionamento normal das células intestinais. Surgem, então, a
diarréia e o vômito.
Os casos de cólera podem ser fatais, se o diagnóstico
não for rápido e o doente não receber tratamento correto. O tratamento
deve ser feito com acompanhamento médico, usando-se antibióticos para
combater a infecção e medicamentos para combater a diarréia e prevenir a
desidratação. A prevenção da cólera pode ser feita através de vacina e
principalmente através de medidas de higiene e saneamento básico. A
vacinação é de responsabilidade do governo. No caso da cólera, não há
garantia de que todas as pessoas vacinadas fiquem imunes à doença.
Estima-se que a vacina existente tenha um grau de eficácia inferior a
50%.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença bacteriana,
que afeta humanos e animais, causada pela bactéria do gênero
Leptospira. É transmitida pela água e alimentos contaminados pela urinas
de animais, principalmente o rato. É uma doença muito comum depois de enchentes, pois as pessoas andam sem proteção em águas contaminadas.
Em humanos a leptospirose causa uma
vasta gama de sintomas, sendo que algumas pessoas infectadas podem não
ter sintoma algum. Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor
de cabeça forte, calafrio, dor muscular e vômito. A doença também pode
causar os seguintes sintomas: olhos e pele amarelada, olhos vermelhos,
dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a leptospirose não for
tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite (inflamação na
membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e
problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal.
Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de
modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de
sangue ou urina.
Hepatite
É uma inflamação no fígado que pode ser provocada por vários tipos de vírus.
Os sintomas são parecidos com os da gripe e há também icterícia
(coloração amarelada da pele causada pelo depósito de uma substância
produzida pelo fígado). A pessoa precisa ficar em repouso e seguir as
orientações médicas.
Algumas formas de hepatite são transmitidas por água e alimentos contaminados por fezes (Tipo A e E). Outros tipos são transmitidos por transfusão de sangue (B, C) ou por relações sexuais.
Quem já teve hepatite não pode doar sangue, já que o vírus às vezes continua no organismo, mesmo que não haja sintomas da doença.
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Para algumas formas de hepatite (A e B) há uma vacina que pode ser aplicada em crianças e adultos
Esquistossomose
É também chamada Xistosa, ou doença do caramujo. Ela é provocada por um verme chamado esquistossomo.
Os vermes vivem nas veias do intestino e podem provocar diarréia,
emagrecimento, dores na barriga, que aumenta muito de volume
(barriga-d'água), e problemas em vários órgãos do corpo.
Os ovos do esquitossomo saem junto com
as fezes da pessoa contaminada. Se não houver fossa ou rede de esgotos,
eles podem chegar a água doce (lagos, lagoas ou riachos, margens de
rios, etc). Na água, os ovos dão origem a pequenas larvas (animais
diferentes dos vermes adultos) chamados miracídios. As larvas penetram
em um tipo de caramujo chamado planorbídeo. No interior do caramujo,
elas se reproduzem e se transformam em outras larvas, as cercárias, que
saem do caramujo e ficam nadando livres na água.
A cercária pode
penetrar, através da pele, nas pessoas que usam a água de lagos, lagoas,
riachos e outros locais para tomar banho, lavar roupa, trabalhar,
pescar ou outras atividades.
Além de tratar o doente com
medicamentos, é necessário instalar um sistema de esgotos para impedir
que os ovos atinjam a água. As pessoas precisam também ter acesso a água
de boa qualidade e ser informadas sobre as formas de transmissão da
doença.
É preciso também combater o caramujo
que transmite a esquistossomose com produtos químicos e com a criação de
peixes que se alimentam do caramujo, como a tilápia, o tambaqui e o
piau. Esses peixes podem ser consumidos pelas pessoas sem risco de
contaminação.
Água, mosquitos e doenças
Muitos mosquitos põem ovos na água parada. Dos ovos saem larvas, que depois se tornam mosquitos adultos.
Uma forma de combater as doenças
transmitidas por mosquitos é justamente evitar o acúmulo de água parada
em vasos de plantas, latas vazias, pneus velhos, garrafas, etc.
Caixas-d'água, tanques e outros reservatórios devem ficar sempre
tampados.
Veja a seguir algumas doenças transmitidas por mosquitos.
A dengue é uma das
maiores preocupações em relação a doenças infecciosas atualmente no
Brasil. O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos
autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios,
entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença
para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021
casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com
o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.
O que é dengue?
É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti)
que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex),
que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos
quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas
manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça
e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de
apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas
vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido
(coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento
(em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida
diretamente de uma pessoa para outra.
O que uma pessoa deve fazer se achar que está com dengue?
- Procurar um Serviço de Saúde logo no
começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas com a dengue, e
têm outro tipo de tratamento.
- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre).
- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos.
- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento.
Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.
O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.
- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre).
- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos.
- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento.
Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.
O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.
Como é feito o diagnóstico de dengue?
O diagnóstico inicial de dengue é
clínico (história + exame físico da pessoa) feito essencialmente por
exclusão de outras doenças. Feito o diagnóstico clínico de dengue,
alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas) podem trazer
informações úteis quando analisados por um médico, mas não comprovam o
diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em várias outras
infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum
motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta a
presença de anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a ficar
reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença.
É necessário esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento?
Não. Uma vez que, excluídas
clinicamente outras doenças, a dengue passa a ser o diagnóstico mais
provável, os resultados de exames (que podem demorar muito) não podem
retardar o início do tratamento. O tratamento da dengue é feito, na
maioria das vezes, com uma solução para reidratação oral (disponível nas
Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível.
A comprovação do diagnóstico de dengue é útil para o tratamento da pessoa doente?
Não. A comprovação sorológica do
diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades
(vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o
resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter
melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame
sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a
infecção (o que é irrelevante) e nem se a dengue é "hemorrágica".
O que é dengue "hemorrágica"?
Dengue "hemorrágica" é a dengue mais
grave. Apesar do nome, que é impreciso, o principal perigo da dengue
"hemorrágica" não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial muito
baixa (choque). É importante saber que outras doenças, como a meningite
meningocócica, podem ser muito parecidas com a dengue, embora a pessoa
fique grave muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia de
doença). A dengue pode se tornar mais grave apenas quando a febre começa
a diminuir. O período mais perigoso está nos três primeiros dias depois
que a febre começa a desaparecer. Pode aparecer qualquer uma dessas
alterações:
- dor no fígado (nas costelas, do lado direito)
- tonteiras, desmaios
- pele fria e pegajosa, suor frio
- sangramentos
- fezes escuras, parecidas com borra de café
- dor no fígado (nas costelas, do lado direito)
- tonteiras, desmaios
- pele fria e pegajosa, suor frio
- sangramentos
- fezes escuras, parecidas com borra de café
O que fazer se aparecer qualquer um desses sintomas?
Procurar imediatamente o Centro Municipal de Saúde ou o Hospital mais próximo.
A dengue "hemorrágica" só ocorre em quem tem dengue pela segunda vez.
Não. A forma grave da dengue também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez.
A dengue "hemorrágica" é obrigatória em que tem a doença pela segunda vez?
Não. O risco é maior do que na primeira
infecção, mas a imensa maioria das pessoas que têm a doença pela
segunda ou terceira vez não apresenta a forma grave da dengue.
Quantas vezes uma pessoa pode ter dengue?
Até quatro vezes, pois existem quatro
tipos diferentes do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4). No Rio de Janeiro,
até agora, existem os tipos 1, 2 e 3. Cada vez que a pessoa tem dengue
por um tipo, fica permanentemente protegido contra novas infecções por
aquele tipo. É por isso que só se pode ter dengue quatro vezes.
Quem teve dengue fica com alguma complicação?
Não. A recuperação costuma ser total. É
comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que
desaparece completamente com o tempo.
Todo mundo que é picado pelo Aedes aegypti fica doente?
Não. Primeiro é preciso que o Aëdes
esteja contaminado com o vírus da dengue. Além disso, cerca de metade
das pessoas que são picadas pelo mosquito que tem o vírus não apresenta
qualquer sintoma.
O que fazer para diminuir o risco de pegar dengue?
O Aedes aegypti é um mosquito
doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único
modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a
introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos
transmissores. Isso é muito importante porque, além da dengue, o Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela.
O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.
O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela),
para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é
transmitida por mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na
América do Sul e na África. No Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas). Uma pessoa não transmite febre amarela
diretamente para outra. Para que isto ocorra, é necessário que o
mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado,
pique um indivíduo que ainda não teve a doença e não tenha sido
vacinado.
A transmissão da febre amarela em área silvestre é feita por intermédio de mosquitos do gênero (principalmente) Haemagogus. O ciclo do vírus em áreas silvestres é mantido através da infecção de macacos e da transmissão transovariana (passado de mosquito para os seus descendentes, filhos) no próprio mosquito. A infecção humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em áreas de cerrado ou de florestas. Uma vez infectada, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti, que então pode iniciar a transmissão da febre amarela em área urbana. Uma pessoa pode ser fonte de infecção para o mosquito desde imediatamente antes de surgirem os sintomas até o quinto dia da infecção. |
O Aedes aegypti torna-se capaz de transmitir o vírus da febre amarela 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada. No Brasil, a transmissão da febre amarela em áreas urbanas não
ocorre desde 1942. Em áreas de fronteiras de desenvolvimento agrícola,
pode haver uma adaptação do transmissor silvestre ao novo habitat e ocorre a conseqüente possibilidade de transmissão da febre amarela em áreas rurais ("intermediária").
Malária
Malária ou paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A malária mata 3 milhões de pessoas por
ano, uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões
de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das
mais freqüentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um
milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a
malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças
que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm
dificuldades de aprendizagem.
A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles.
A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas
pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em cidades
situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros, no
entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos têm
maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer.
Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal
vetor de transmissão desta para outras pessoas. O risco maior de
aquisição de malária é no interior das habitações, embora a transmissão
também possa ocorrer ao ar livre.
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O mosquito da malária só sobrevive em
áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15°C, e
só atinge número suficiente de indivíduos para a transmissão da doença
em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30°C, e umidade
alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os
machos vivem de seivas de plantas. As larvas se desenvolvem em águas
paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva
abundante.
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